No último fim de semana o município de Manoel Viana recebeu, através de ofício, uma manifestação da Irmandade da Santa Casa de Caridade de Alegrete, informando sobre a paralisação parcial de seus serviços tendo em vista a situação financeira que a entidade vem enfrentando.
Conforme o ofício, os entes federados, que são os principais tomadores dos serviços do Hospital, a meses vem inadimplindo os seus pagamentos, levando a Santa Casa a beira de um colapso financeiro. Os débitos dos maiores pagadores alcançam R$ 3.935.374,28 do contrato SUS, R$ 810.000,00 referentes ao repasse da UPA pelo Estado e ainda o valor de R$ 929.077,55 do IPE, totalizando o valor de R$ 5.674.451,83 em atraso com a Santa Casa.
Débitos esses que levaram a Santa Casa a perder o crédito com seus fornecedores, tendo em vista que a mesma não consegue mais quitar os insumos – materiais básicos necessários para atendimento – deforma a voltarem a negociar apenas após a quitação dos atrasados ou mediante o adiantamento do pagamento.
O hospital também corre risco de interdição das dependências, visto que atualmente passa pela regularização do PPCI – Plano de Prevenção de Incêndio, sendo que não poderá concluí-lo nos prazos estipulados. Além disso, os administradores cogitam a demissão de funcionários, objetivando diminuir as despesas a curto prazo.
O secretário de Saúde, Adriano Santiago após a divulgação do oficio entrou em contato com a entidade, a qual garantiu que ao menos os atendimentos já agendados serão realizados. De acordo com ele, todos os chamados Projetos e Procedimentos Eletivos, como cirurgia digestiva, geral, traumatológica, bucomaxilofacial e serviço de endocrinologia, visto que não possuem caráter de urgência, estão paralisados.
Visto esta situação crítica, o município deverá investir ainda mais na Saúde local, aumentando o número de profissionais capacitados e horas de atendimento, o que representa um gasto maior a partir do momento que tem que se prover mais do que antes, quando se tinha como ter um encaminhamento para um exame, e agora teremos que manter mais o paciente aqui, explica o chefe da Pasta.
São gastos maiores, todavia, necessários garante Adriano Santiago, tendo em vista que posteriormente outros serviços terão sua suspensão de forma gradativa, isto se antes o hospital não venha a ser interditado pela impossibilidade de regularização do PPCI. Atualmente, o município de Manoel Viana encaminha, mensalmente, em média 150 pacientes a Santa Casa de Caridade de Alegrete.
Diálogos ainda estão acontecendo, e reuniões realizadas entre os municípios da região e a 10ª Coordenadoria Regional de Saúde, assim como o Governo do Estado procurando uma solução para a situação precária que afeta não somente a Santa Casa de Alegrete, como de modo geral ao sistema de saúde do estado. Novas informações e atualizações deverão surgir no decorrer dos próximos dias, destaca o secretário Adriano.
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