No último sábado (14) a Chama Crioula chegou ao município conduzido por cavalarianos vianenses que a guardam desde a distribuição regional, sendo que alguns a guardam desde o sua origem estadual, percorrendo, assim, centenas de quilômetros a cavalo. A cerimonia de recebimento se deu na Praça Central, e contou com a presença de autoridades dos poderes Legislativo, Brigada Militar, representantes da CMT, prendado e peonada municipal, além do prefeito Gustavo Medeiros e o secretariado vianense.
Ainda durante a manhã de sábado foram destacados os homenageados da Semana Farroupilha deste ano, no município. Sendo eles: Franciso Edson Junior, Gilberto Kulmann Pinto, Ricardo Jaime Ferreira Freitas (in memorian), e Sonja Mabel Antolini Veçozzi. A Semana Farroupilha deste ano tem como tema Paixão Côrtes, um dos idealizadores desses festejos.
A origem da Semana Farroupilha, por Paixão Côrtes
Conforme o tradicionalista, tudo começou quando em 1947, o jovem estudante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes foi a um bar tomar um cafezinho e avistou uma bandeira do Rio Grande do Sul servindo de cortina numa janela, o que lhe causou muita indignação. Isso era um reflexo causado pelo modismo americano que os jovens dos países ocidentais buscavam copiar e pela ditadura Vargas que havia proibido manifestações e práticas regionais.
Assim, Paixão Côrtes e mais outros sete estudantes daquele colégio resolveram criar um Departamento de Tradições Gaúchas com a finalidade de preservar, desenvolver e revitalizar as tradições gaúchas que estavam esquecidas.
Entusiasmados com a ideia, procuram o Major Darcy Vignolli, responsável pela organização das festividades da “Semana da Pátria” e expressam o desejo do grupo de se associarem aos festejos, propondo a retirada de uma centelha do Fogo Simbólico da Pátria para transformá-la em “Chama Crioula” como símbolo da união indissolúvel do Rio Grande à Pátria Mãe para que a mesma aquecesse o coração de todos os gaúchos e brasileiros até o dia 20 de setembro, data magna estadual.
Naquela ocasião, o major Vignolli convidou Paixão Côrtes para montar uma guarda de gaúchos pilchados em honra ao herói farrapo David Canabarro, que seria transladado de Santana do Livramento para Porto Alegre. Paixão Côrtes reuniu então oito gaúchos bem pilchados, e no dia 5 de setembro de 1947 prestaram a homenagem a Canabarro. Esse piquete é hoje conhecido como o Grupo dos Oito ou Piquete da Tradição, sendo formado por: Antonio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilço Araujo Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João Carlos Paixão Côrtes, que conduziram as bandeiras do Brasil, do Rio Grande do Sul e do Colégio Estadual Julio de Castilhos.
No dia 7 de setembro de 1947, à meia noite e antes de extinguir o “Fogo Simbólico da Pátria” que queimava na pira, Paixão Côrtes, Fernando Machado Vieira e Cyro Dutra Ferreira, retiraram a centelha que originou a primeira “Chama Crioula” que ardeu em um candeeiro crioulo até a meia noite do dia 20 de setembro, quando foi extinta no primeiro baile gaúcho por eles organizado no Teresópolis Tênis Clube. Unidos pela força de amor à terra e pelo poder do fogo, os gaúchos decidiram manter acessa essa chama ano após ano. (Fonte: Jornal O SUL)
Notícias Relacionadas:
- Acendimento da Chama Crioula dá início à Semana Farroupilha
- Tradicionalistas conduzem Chama Crioula para Manoel Viana
- Desfile de 20 de setembro encerra mais uma grande Semana Farroupilha
- Chegada da Chama Crioula marcou o início da Semana Farroupilha 2022
- Chegada da Chama Crioula dará início a Semana Farroupilha