A estiagem no Rio Grande do Sul está fazendo com que poços artesianos e açudes sequem em diversas regiões do estado. Já são mais de 280 municípios que tiveram seus decretos de situação de emergência devido a falta de chuvas reconhecidos pelo governo, dentre eles Manoel Viana. Além disso, as perdas na produção agricultura e pecuária aumentam cada vez mais.
Na agricultura, Manoel Viana já registrou uma perda superior a R$ 121 milhões. Conforme o último levantamento realizado no município, atualmente, aproximadamente 90% das 45.000 hectares de soja já foram colhidas, com uma estimativa de 60% de perdas, a projeção representa R$ 113,4 milhões, sendo que a expectativa de produção inicial era de 3 mil kg por hectare, hoje é de 1.320kg/ha.
Já no milho, o prejuízo já soma mais de R$ 8,1 milhões em uma produção de 3.500 hectares, o que representa perdas de 40% das lavouras. Conforme a secretária de Desenvolvimento Rural, Luiza Andréia Meus, a preocupação agora é com o milho safrinha, que começou a ser plantado em janeiro e das 500 hectares plantadas já se contabiliza uma perda de 70%, por falha no crescimento e preenchimento do grão na espiga.
Outra situação de grande precariedade atinge os açudes, pois são estes que servem de bebedores para os animais. Conforme a secretária, eles estão secando e a alternativa encontrada pelos produtores é a troca do rebanho de campo e criação de outras formas de abastecimento. As perdas na produção de bovinos de corte chega a 30%, o que representa um total de R$ 18,45 milhões.
A chefe da Pasta de Desenvolvimento Rural, também destaca que os produtores de leite estão tendo que parar com a atividade, devido a pouca oferta de alimentos e água, o que diminuiu a produção. Além da situação estabelecida pela estiagem, a agroindústria de leite ainda precisa lidar com o cenário pandêmico estabelecido pelo coronavírus, tendo em vista que o principal consumidor era a merenda escolar, que foi afetado pela pandemia, enfatiza ela. Os prejuízos com a produção leiteira chegam a marca dos 60%, passando da produção de 20 para 8 litros por dia, e perdas de R$ 900 mil.
Nesta segunda-feira (27) foi apresentado um novo laudo técnico pela Emater ao chefe do Executivo Municipal, Gustavo Medeiros. Conforme o representante da EMATER/Manoel Viana, Leandro Vezzosi, os atuais os prejuízos somam um valor aproximado de R$ 141,1 milhões, praticamente o triplo relacionado ao levantamento realizado no início do ano. Lembrando que o laudo anterior, apresentado em fevereiro deste ano, apontava para perdas que somavam um total de aproximadamente R$ 57,5 milhões.
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